Deleite condensado

Erguia-se dos degraus transpostos. Como se do alto pudesse possuir mais que o horizonte. Desejava ser único em ponto mais elevado: valia-se da circunferência de suas búfalas narinas. Abertas as cartilagens, todo corpo – feminino – fazia-se carne. O seu: abismo de anseios.

Por uma literatura (re)criativa

Histórias acessível às crianças podem ser decodificadas por elas, são pré-textos, são linhas disformes, preenchidas por palavras indecifráveis de uma literatura inconsciente, que serão resgatadas em outro momento, quando não se acredite mais em bruxas, princesas imaculadas e fadas

Carta ao poeta sem nome

Parecem formigas em dia de chuva. Marcham equilibrados no rastro forjado pela modernidade. Um ter que ir e vir. Um ter que levar e trazer. Um ter. Multidão de olhares paralelos negando o cruzamento no infinito. Homens-horizonte, grudados ao chão. Então, você. Você surge na perpendicular. …

Para adormecer rancores

Des-asperada de saliva rompe os limites dos lábios, acompridando-se compassada pela vibração dos globos oculares, ali somente brancos. Deita-se a língua sobre o casaco de proibir frio, objetivando o pingo espesso abandonado pelos lábios derramados de um cochilo fundo. …