Coleção de sinapses 11

Esta semana repisamos a questão identitária nas cotas raciais e vimos um estudo sobre racismo e (in)sensibilidade à dor do outro, além de um embate insensível, terrível e criativo entre bebidas e também vimos a criatividade dos sites na apresentação do “erro 404”, além da apresentação de uma versão simpática e ursina do Capitão Kirk.

Chamaram-nos à atenção as esculturas animadas de Theo Jansen, uma evolução do conceito de arte “estática”, lemos um artigo interessante sobre a evolução das baleias, assunto que me fascina muito, e vimos ilustrações russas para O Hobbit, assunto que muito me fascina. Um vídeo ilustra a (má ou boa) influência dos pais e uma matéria mostra o conflito entre a sacralidade de um ritual e os hábitos de um indivíduo.

As cotas para negros no ensino superior e o biopoder (Vanessa Santos) – Revista Global Brasil

A questão identitária nas políticas de ação afirmativa e, especialmente, nas políticas de cotas raciais no ensino superior, é abordada de maneira lúcida pela autora. Uma sociedade que se pretende democrática precisa dar a todo e qualquer indivíduo a possibilidade de ser o que quiser. O status quo não o permite. As cotas raciais não o permitiriam de maneira radical, mas poderiam ser um passo transitório para alcançarmos esse ideal.

Racismo afecta identificação com a dor física do outro – DN Ciência

O resultado prático dessa pesquisa poderia ser inferido através da observação dos comportamentos humanos, como a violência física efetiva que algumas pessoas infligem em outras. Além disso, essa pesquisa traz o risco de nos fazer pensar que a origem do racismo é bio-neurológica. De qualquer forma, sabemos que a intolerância racial é cultural e socialmente engendrada, e essa matéria nos mostra a força que os condicionamentos culturais têm sobre os cérebros dos indivíduos.

A implacável guerra das colas – Obvious

Uma foto criativa. O mesmo site mostrou uma segunda foto com a revanche da Pepsi, mas acho que a piada ficou boa só na primeira imagem.

A criatividade do erro 404 – Obvious

O “erro 404” aparece quando um link dentro de um site está “quebrado” ou errado. Há poucos exemplos de páginas de “erro 404” neste link, e acho que faltou um dos melhores, que é o do site do Greenpeace, em que aparece um dodô (espécie de ave que habitava as Ilhas Maurício e que foi extinta pelo ser humano).

Capitão Urso “Titus” Kirk – Mini-Figura IWG Star Trek – Blog de Brinquedo

Coloquei esse link só porque gosto de Jornada nas Estrelas. 😛

Artista cria esculturas que andam sozinhas com a força do vento – Pequenas Empresas Grandes Negócios

Essa “escultura” me lembrou muito o castelo animado de Howl no filme O Castelo Animado (Howl’s Moving Castle), de Hayao Miyazaki. Um cenário habitado por criaturas desse tipo seria um espetáculo e um ponto de visitas interessantes.

Whale Evolution: A Snapshot of Planet Earth From 55 Million B.C. to Present – The Daily Galaxy

Há algo que me fascina muito no estudo da evolução dos cetáceos (baleias, golfinhos…), talvez o encanto que tenho pelo mar e a metáfora possível entre minha vontade de mergulhar no oceano e o surgimento dos cetáceos a partir de mamíferos terrestres.

Russian Lord of the Rings – English Russia

As ilustrações russas de O Hobbit nos permitem ver como a interpretação visual de uma história muda de acordo com a cultura. Bilbo Bolseiro parece bem diferente daquele desenhado pelos artistas anglo-saxões (ou seja, da mesma origem do autor do livro, J. R. R. Tolkien). Bilbo aí é mais careca e mais risonho do que o que estamos acostumados a ver no Ocidente, e tem pernas peludas (segundo Tolkien, os Hobbits têm pés peludos). Os trolls também são diferentes, parecidos com gigantes.

As referências folclóricas de cada sociedade dão o tom das representações visuais das criaturas fantásticas. Isso também afeta a tradução de uma obra como a de Tolkien, e a própria tradução afeta a interpretação dos leitores.

Por exemplo, na música Lord of the Rings, do álbum Tales from the Twilight World, da banda alemã Blind Guardian, temos uma tradução traduzida (do inglês para o alemão para o inglês) que transforma Dwarves (anões) em gnomes (gnomos). Um dos versos do One Ring da obra de Tolkien diz:

Seven [Rings] for the Dwarf-lords in their halls of stone,

O Blind Guardian, provavelmente lendo uma tradução alemã, traduziu de volta ao inglês:

Seven rings to the gnomes
in their halls made of stone

A figura dos Anões da Terra-Média se confunde com os gnomos, baixinhos barbudos das mitologias nórdicas. Numa versão orquestrada dessa música no disco Forgotten Tales, a banda corrigiu o erro:

Seven rings to the dwarves
In their halls made of stone

Make your Influence Positive – YouTube

Cuidado com suas ações. As crianças aprendem a se comportar tendo como base o comportamento de suas versões adultas.

‘Papa-comida’ é banido de funerais na Nova Zelândia – G1 Planeta Bizarro

A sacralidade dos rituais fúnebres não impediu esse indivíduo de “profaná-los”. Mas se havia comida para ser consumida, o que deveria impedir uma pessoa faminta de saciar sua fome? A santidade de um ritual só tem sentido na cabeça daqueles que aprenderam a vivê-lo.

Agora… em minha mente ecoou uma frase da minha infância, proferida por Jaca Paladium na TV Colosso:

E isso aconteceu na Nova Zelândia.

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