O paciente

Nas circunstâncias em que se encontra uma pessoa sujeita a tratamento médico-hospitalar, o tempo se torna um elemento de preocupação intermitente, como o é o próprio tempo. Ora, todo processo  de cura leva tempo para se concretizar, e a medicina, mais do que a simples aplicação do remédio, é muitas vezes o acompanhamento técnico desse processo de cura, que se dá quase naturalmente, como resposta a algum estímulo químico ou outras terapias adequadas a cada caso.

Numa cena do filme O Outro Lado da Nobreza (Restoration, 1995), o médico Merivel, instado pelo rei a curar a doença de sua cachorrinha, tem a intuição de que a natureza e o tempo deveriam ali fazer seu papel; ele apenas observaria e acompanharia o processo de cura, o que afinal se concretizou e o levou a ser eleito médico real.

 

Para nossas existências humanas, o tempo representa um fator elementar, e a passagem do tempo, sendo um processo natural e, de certa forma, afetando de maneira igualitária toda a matéria existente, (dentro, é claro, das mesmas condições físicas), não é experimentada da mesma forma pelas diferentes mentes que sofrem com ela, sendo, portanto, para nós um fenômeno subjetivo.

O substantivo paciência (do latim patientia, “capacidade de suportar, de resistir”) serve para designar a condição de quem lida mais ou menos bem com a passagem do tempo. O indivíduo paciente é aquele que se deixa abalar o menos possivelmente pela passagem do tempo. Nas circunstâncias em que se encontra uma pessoa sujeita a tratamento médico-hospitalar, usa-se o substantivo paciente, que não por acaso é homônimo e cognato daquele sujeito que suporta a passagem do tempo.

Na cena do filme supracitado, a paciente teve que ser paciente (assim como o médico), suportando as dores até que seu corpo sanasse a si mesmo. E muitas vezes o paciente num hospital precisa exercitar sua paciência, tanto porque se encontra em situação atípica (tendemos a perceber a passagem do tempo mais lenta em situações com que não estamos acostumados) quanto porque fica privado de várias de suas atividades corriqueiras (o que dá a impressão de que o tempo foi “esvaziado”).

Para quem é forçado a se internar na UTI (unidade de tratamento intensivo), há mais razões para que o tempo lhe corra lentamente: a necessidade de se manter por bastante tempo (“bastante tempo” sendo também, ora, uma quantidade subjetiva) numa só posição (deitada ou semideitada), com os movimentos do corpo limitados temporariamente, aliada à dificuldade de os enfermeiros atenderem prontamente aos desconfortos dos vários pacientes (fazendo-os esperar um tempo imprevisível até serem atendidos) e a ausência prolongada de pessoas do convívio cotidiano, que têm um intervalo de tempo muito limitado para efetuar visitas.

A situação é tão reconhecidamente desconfortável que próximo a cada leito da UTI há um televisor, cujo uso, um enfermeiro certa vez me aconselhou, faz “o tempo passar mais rápido”. Mas para que alguém quereria que o tempo passasse mais rápido? Em situações cotidianas e ordinárias, a maioria das pessoas gostaria que o tempo passasse mais lentamente e desejariam ter mais tempo com que se ocupar com atividades mais satisfatórias. Quando estamos na UTI (unidade de tempo infinito) há tempo de sobra com que ocupar a mente, mas a maioria absoluta das pessoas não consegue conceber esse aproveitamento se não for de uma maneira convencional de “passatempo”, ou seja, ouvindo música, vendo TV ou dormindo (o que, para muita gente, é uma técnica para “apagar” certos intervalos de tempo em que seria preciso esperar).

Albert Einstein
Einstein demonstra que a língua é mais rápida que a luz do flash da câmera

Mas lembremo-nos da Teoria da Relatividade de Einstein e suas aplicações quando o assunto é velocidade x tempo. Uma pessoa que viajasse à velocidade da luz durante 50 anos não sofreria nenhum envelhecimento significativo, o tempo não haveria passado para ela quando a viagem chegasse ao fim, mas as pessoas ao seu redor envelhecerão 50 anos e algumas morrerão. Quando estamos ocupados, o tempo parece passar mais rápido, e mais rápido ainda quando estamos ocupados com algo prazeroso, mas o tempo se arrasta quando estamos ociosos e nos oprime com sua lentidão quando estamos fazendo algo que nos desagrada profundamente.

A primeira noite que passei na UTI (unidade de tortura infernal) depois de uma cirurgia cardíaca foi sentida por mim como uma das mais longas de minha vida. A sensação de passagem do tempo estava alterada em relação à sensação que normalmente experimento, e quando eu achava que haviam passado duas horas, em meio a cochilos e despertares de duração incertíssima, o relógio da enfermeira revelava a passagem de uns 30 minutos. A janela aberta mostrava que o Sol parecia não querer acordar o céu.

Entretanto, o tempo dilatado nesta situação é, à primeira vista, difícil de ser aproveitado com algo menos banal do que a TV (é difícil ficar ouvindo música, pois às vezes as inesperadas interrupções dos enfermeiros e a manipulação do mp3-player – ou equivalente – é complicada pela limitação física; além disso, é difícil dormir devido aos desconfortos). A mente ficará divagando, tal como a avezinha no poema O Devanear de um Cético, de Bernardo Guimarães, sem um caderno para registrar os pensamentos e ajudar a elaborá-los e desenvolvê-los. Se o pa-ciente já estiver ciente do que o espera depois da cirurgia, pode pedir que alguém providencie antecipadamente um gravador a ficar-lhe disponível (se a dificuldade de manipulá-lo não for grande demais).

Civilizações Extraterrenas, de Isaac AsimovNa situação em que escrevo este ensaio (estou pela terceira vez na UTI do mesmo hospital depois da cirurgia), as circunstâncias físicas são mais favoráveis, as limitações corporais são menores e as possibilidades de “passatempo” são mais variadas. Pude facilmente dedicar um bom tempo à escrita num caderno (a falta de um computador se fez sentida, é realmente uma ferramenta muito prática – há quem diga que o PC dificulta a escrita, pois a possibilidade de apagar qualquer resultado momentaneamente insatisfatório supostamente paralisa o escritor, e prefira uma máquina de escrever, na qual o texto vai sendo escrito até o fim e as correções e ajustes são deixadas para depois; discordo disso e não tenho essa dificuldade diante de um teclado e um monitor, tudo depende da desenvoltura desenvolvida pelo escritor), a facilidade de relaxar o corpo me permitiu um bom tempo de expansão da consciência e ainda me foi possível desfrutar a leitura de um bom livro, Civilizações Extraterrenas, de Isaac Asimov, no qual até encontrei uma citação adequada a este texto:

é mais fácil imaginar uma vitória sobre a morte do que uma vitória sobre o tédio.

Asimov afirmou isso num contexto em que discute a possibilidade (improvável) de alcançarmos a imortalidade física enquanto exploramos o espaço em busca de outro sistema planetário, viajando em naves espaciais que não possuem distrações suficientes para”preencher” o tempo dos exploradores. Mas o tédio pode, em algumas circunstâncias, ser até fonte de inspiração para a mente, como o demonstrou Charles Baudelaire num conjunto de poemas denominado Spleen (poemas LXXVIII a LXXXI de As Flores do Mal). O que pode demonstrar que alguma virtude mental permite à pessoa em condição de tédio (predisponente à impaciência) passar bem o tempo.

No filme Contos Proibidos do Marquês de Sade (Quills, 2000), cada vez que o personagem do título é privado em sua cela de seus pertences (até ficar plenamente nu), ele encontra alguma forma de escrever e dar vazão à sua imaginação pornográfica, seja rabiscando com sangue suas roupas, seja sussurrando o texto para seus vizinhos de cela, através de pequenas frestas, para que, num telefone-sem-fio, alguém o registre em algum lugar.

Contos Proibidos do Marquês de Sade
O marquês de Sade escreveu em suas próprias roupas, usando sangue como tinta

Em várias partes da Terra, desenvolveram-se técnicas capazes de pacificar a mente, de modo que um indivíduo não precisa de mais do que de si mesmo para “sobreviver” à falta do que fazer. A Ioga (ou o Yôga), as diversas formas do que se generaliza sob o termo meditação, as técnicas para autopromover a experiência fora do corpo e os mantras que induzem o transe são alguns exemplos dessa tecnologia da paciência. Essas técnicas não são simplesmente usadas pontualmente, para “o tempo passar”, mas têm a importância de servir como cultivadoras de uma disposição mental mais permanente, que permite suportar melhor a situação potencialmente estressante.

O que me leva a outras nuances do espectro semântico da paciência.

Faquir
“Um faquir em Benares” (fotografia de Herbert Ponting, 1907)

Uma das coisas que um paciente de hospital precisa aprender desde logo é suportar a dor física. As partes do corpo que foram mexidas durante uma cirurgia doerão quando os efeitos dos sedativos e anestésicos passarem. De vez em quando será preciso puncionar uma(s) ou outra(s) veia(s) para retirar sangue ou para injetar soro e medicamentos (a entrada de alguns dos quais provoca uma extra dor extrema). É preciso seguir o exemplo de um faquir (porém, certa vez Beakman explicou que os faquires não têm que suportar dor nenhuma quando se deitam sobre uma cama de pregos, pois estes estão tão próximos uns dos outros e tão uniformemente espalhados que a pressão do corpo se distribui igualmente sobre eles e nenhum deles chega a perfurar a pele do indivíduo).

A mente, em princípio, pode ser livre e fugir da opressão das urgências do corpo. O Sr. Spock, no episódio Operação: Aniquilar! (Operation: Annihilate!) da série original de Jornada nas Estrelas, consegue, com sua disciplina mental, suspender a sensação de dor excruciante e enfrentar as criaturas que impingem esta sensação em suas vítimas. Os minbari, da série Babylon 5, têm uma disciplina mental parecida e conseguem até controlar a respiração, o que lhes permite  economizar energia (psíquica e física) quando, por exemplo, há pouco oxigênio numa cápsula espacial.

Num dos episódios da história do fundador do Budismo, Sidarta Gautama, em sua busca pela iluminação, ele deliberadamente passou algumas noites numa floresta, com o fim de apaziguar seu medo dos sons noturnos, que a princípio o assustavam, mas que depois passaram a ser encarados com serenidade. Afinal, nas situações em que não se pode evitar um perigo iminente, não adianta perder a calma, o que até pode mais atrapalhar. Pensando bem, nesse tipo de situação é útil um misto de serenidade e atenção, o que ajuda a ativar o foco, e uma mente concentrada pode conseguir agir rapidamente para resolver a ameaça antes que ela piore.

A Temperança
A Temperança, o Arcano Maior de número XIV do Tarô

Neste caso, a paciência tem muito a ver com a virtude da temperança, que é a capacidade de dosar os sentimentos e impulsos da forma mais eficaz possível. Essa noção vem das antigas teorias dos humores, os líquidos que se acreditavam compor nossa fisiologia e cujas dosagens determinavam nossos temperamentos. A fleuma determinava uma personalidade apática, o sangue determinava um caráter sensual, a cólera ou bile amarela determinava um aspecto irascível e a melancolia ou bile negra determinava uma tendência ao abatimento. O ideal buscado era a temperança dos 4 humores.

Talvez daí venha a expressão bom humor, ou seja, o equilíbrio entre os humores formando uma personalidade saudável (tanto física como psiquicamente; na Antiguidade, não havia a rígida separação dualista entre corpo e mente estabelecida por Descartes). E isso tem particularmente a ver com a paciência, pois a mente paciente também tende a desenvolver o bom humor. Um claro sinal de paciência é quando uma pessoa consegue manter um sorriso ou fazer gracejos enquanto passa por uma tribulação.

Aliás, paciência e bom humor estão tão intimamente ligados que se pode dizer também, inversamente, que o bom humor pode predispor à paciência. A pessoa realmente bem-humorada tem a “alma leve”, está quase sempre se sentindo bem e fazendo os outros se sentirem assim. Quando precisa enfrentar uma dificuldade, não permite que as circunstâncias negativas o afetem, mas procura, ao contrário, contagiá-las com seu próprio temperamento.

Passar por uma situação estressante não é sofrimento para o portador de bom humor, que pode encontrar em tudo motivos para sorrir. Porém, isso não quer dizer que se deva contentar com o que poderia ser diferente. É preciso lutar para mudar aquilo que representa um mal às pessoas, mas sempre mantendo a serenidade e a disposição de não sofrer diante do inevitável.

Agora chega dessa chatice e vamos direto à pornografia! “The internet is for porn!”
Obrigado pela paciência

9 comments

  • Thiago,

    Como diz aquele velho ditado popular, "o tempo é o melhor remédio".

    Já estive internado uma vez, aos seis anos de idade. Foram três noites apenas, mas lembro de cada detalhe: A entrada no quarto onde fiquei; a hora em que meus pais tiveram que me deixar ali, sozinho; a primeira refeição _ e a segunda, a terceira… _ ; o cinza pálido das paredes brancas quando iluminadas pela fraca luz que entrava pela janela durante as noites interminaveis; a expectativa com a hora das visitas _ meus pais viriam para me ver? _ e com o momento de voltar para casa. Recordo até mesmo dos sonhos. Na verdade, já sonhei tanto com essa experiência que hoje tenho dificuldade em separar o que é lembrança e o que foi sonho.

    A vantagem de passar por uma situação traumática desse tipo quando criança _ se é que há alguma _ é que nada, passa despercebido, tudo é novidade, e isso ocupa muito do tempo livre. No quarto em que fiquei havia uma TV a cores _ a de casa era P&B _ e eu ficava encantado com o Sítio do Pica Pau Amarelo _ meu programa favorito _ visto em tela colorida. Como a Emília era bonita! Gastava o tempo entre identificar os sons que vinham dos corredores _ entre eles, muitos choros de criança _ e o medo de que meus pais me esquecessem ali _ e caso o pior acontecesse eu elaborava planos para fugir do hospital e encontrar o caminho de casa. Fora tudo isso, eu ainda adorei andar em cadeira de rodas. Só criança, mesmo!

    Não sei como seria passar por algo parecido depois de adulto, mas cá entre nós, nem quero saber. Tenho muita facilidade para me entediar e minha personalidade ansiosa não seria boa aliada. Espero que você deixe essa rotina de hospital o mais breve e que volte logo para o conforto da sua casa e aos afezeres do seu trabalho. Até lá, fico feliz que pelo menos tenha mais recursos à mão para passar o tempo _ e escrever _ do que dispunha o nosso pobre Marquês de Sade.

    Um forte abraço!

  • Muito bacana mesmo o texto, essa idéia de que o tempo está relacionado com nossas experiências é uma forma fantástica de compreender esta (nova) dimensão. Meu pai tb fez cicurgia no coração e uma das razões de visita-lo era justamente saber que ficar parado se recuperando é uma chatice… É isso, penso que é hora de reproduzir mais textos de sua autoria… hahahahaha 😀

  • Agora que li o 'post' "Cirurgia", onde falas de um problema congênito em tua válvula mitral (coisa que um cardiologista estúpido certa feita inventou que eu tivesse, situação "remediada" quando já adulto, depois de um diagnóstico feito por médico mais atento!): confesso ter-me assustado com a notíciada cirurgia e do pós-operatório! Mesmo distantes, criamos, ainda que pequenos, certos laços de amizade virtual ao longo do tempo desta existência na 'web' e lastimei a notícia, especialmente o fato das idas e vindas ao hospital… Mas esperando que prontamente te recuperes logo para continuar a efusivamente escrever elucubrações tão interessantes quanto estas atuais sobre o tempo (com o perdão do trocadilho!), queria que me respondesses uma coisa: escreveste este belo texto na cama de um hospital?! Ainda que somente suas anotações básicas?! Puxa…

    A despeito de todas as citações geniais (especialmente de um ótimofilme renegado ao esqueceimento de forma injusta, "O Outro Lado da Nobreza"), acho que fico com a sabedoria de outro personagem interessante, Garfield: ainda vejo a TV como a forma mais estupidamente genial de se passar o tempo… Entenda como quiser! Abração, meu caro amigo, e volte logo à ativa!

  • @Eduardo,

    Eu achava que o riso era o melhor remédio… 😛

    Também já estive internado quando criança, acho que aos seis anos também, por causa de um apendicite. Lembro bem quando sentei na mesa de cirurgia, a sala estava numa penumbra avermelhada, de um médico passando um algodão embebido em algum líquido nas minhas costas… não tenho muitas memórias dos dias posteriores, eu ficava deitado, meus pais trouxeram uma revista de passatempos do He-Man. Mas nem sei quanto tempo fiquei no hospital.

    Posteriormente, fiquei no hospital diversas vezes, devido a problemas oftalmológicos, descolamentos de retina, retirada dos cristalinos defeituosos… e agora os problemas cardíacos. Depois da cirurgia já retornei ao hospital 2 vezes (foi na segunda que escrevi esse texto). Espero que não precise mais, mas sei que se for preciso estarei preparado para enfrentar a inclemente passagem do tempo…

    @David,

    O tempo é sempre relativo, especialmente quando comparamos as diversas culturas e suas formas de pensar a 4ª dimensão e consideramos as diferenciadas experiências individuais, que nos dão uma variedade de formas de encarar a realidade.

    @Dilberto,

    Ora, amigo, como disse um dos médicos da equipe de cirurgiões, "o pior (a cirurgia) já passou". Problemas de pós-operatório cardíaco são comuns. Se isto pode tranquilizá-lo um pouco, estou passando muito bem agora, em casa. E embora esteja tomando 5 remédios que estão deixando meu metabolismo um pouco louco, já estou bem perto de retomar minhas atividades normais.

    Sobre a escritura deste texto, escrevi a maior parte sentado numa poltrona da UTI (unidade de tessituras intelectuais). Ainda bem que nesta última "visita" ao hospital não precisei ficar confinado a uma cama. O que incomodava era um acesso no braço, que dificultava os movimentos, mas a mente sempre encontra um meio de extravasar suas produções.

    Sobre a sabedoria garfieldiana, não dircordo nem um pouco. A TV é uma das drogas mais eficazes para se passar o tempo. Só não é a mais nobre nem a mais útil. 🙂

  • eita.. minha opinião é que vc se superou neste texto. Humor bem dosado, profundidade, mensagem interpessoal útil.. "tudo di bom" rsrsrsrs
    Entretanto sobre o bom humor eu tenho que discordar. Conheço um cara q é extremamente bem humorado.. ele é tao engraçado q seu apelido é bozo. mas seu humor é do tipo sarcástico, a la House, e ele não é nenhum exemplo de paciência…
    mas entendo bem a associação feita entre bom humor e paciência.

  • @Tiago,

    Enquanto escrevia o texto, pensei sobre a veracidade ou não dessa relação entre humor e paciência. Mas, sobre o sarcasmo, eu não o consideraria um tipo de bom humor, dentro da concepção que apresentei. Aliás, o sarcasmo já é, muitas vezes, uma demonstração de impaciência.

    A relação entre bom humor e graça não é tão óbvia. Uma pessoa pode ser mau humorada e fazer os outros rirem. Mas o bom humor de que falo não é necessariamente a capacidade de fazer os outros acharem graça, e sim uma disposição íntima para não se aborrecer desnecessariamente.

    E mais um monte de coisas que poderiam dar outro artigo…

  • Esqueceu de dizer que, no fim do filme, O Marquês de Sade, sem roupa e sem nada, escreveu na parede de sua cela usando bosta no lugar de tinta.

Deixe uma resposta