Não vá sonhando

Minha colega de trabalho hoje lamentou o fato de não haver, no prédio em que trabalhamos, nenhuma área de lazer, nenhum jardim onde relaxar a mente, nenhum espaço para os funcionários descansarem os músculos, os neurônios, as energias.

Ela me disse que já conversou com o superintendente, mas ele sempre responde que isso tudo vai haver no prédio novo que estão construindo (há anos). Que desculpa! E assim teremos que aturar por quanto tempo as más condições de trabalho em que estamos? O novo prédio será um spa, onde vamos apenas compensar o tempo perdido.

Não, esta situação não é a ideal. O crente que espera que um salvador venha solucionar os problemas do mundo é um covarde. Enquanto não temos o melhor planeta onde viver, comecemos a construí-lo. O maravilhoso mundo do futuro que esperamos e representamos nas imagens da ficção científica não será trazido por deuses ou messias. Será realizado por nós.

Mesmo que não estejamos diretamente envolvidos com a elaboração de tencologisa avançadas, podemos ao menos cuidar da limpeza da Terra, deixando-a em condições de sobrevivência e de vida e com a capacidade de manter as cidades e aparatos tecnológicos que tanto nos serão úteis.

Se quisermos ter aqueles ambientes límpidos e espelhados (como o cenário do ano de 2015 em De Volta para o Futuro II), sem nanhum vestígio de manchas de sujeira que vemos em filmes futuristas, não vai adiantar esperar por máquinas autolimpantes. Uma máquina autolimpante gasta desnecessariamente energia com uma atividade que nós mesmos podemos fazer. E podemos começar agora.

Esperar que o mundo melhore para que nós vivamos melhor? Costumamos falar muito da importância de sonhar, de imaginar um futuro melhor, de ter esperanças. Mas o compromisso exige esforços concretos e a relação de si com o mundo, não o ensimesmamento que remói a esperança, que às vezes pode dar à luz o desespero. Lembremos da lição de Dr. Brown a Jennifer, quando o conteúdo da folha de papel que ela trouxe do futuro se apagou diante de seus olhos:

Your future hasn’t been written – no one’s has. For better or worse, your future is what you make it.

Sempre me emociono quando lembro dessa cena.

5 comments

  • Oi Thiago!

    Tenta cozinhar ouvindo Madonna, dá certo sim 😉 E deixa as tuas impressões sobre as minhas receita lá no blog, vou adorar.

    Teu blog é super interessante! Nossa, concordo muito contigo que o ser humano fica esperando uma solução mágica cair do céu pra "salvar o planeta", ou que pensa que quando tudo entrar em colapso já não vai mais estar vivo, então que se dane.

    O problema é que o colapso está eminente! Tem gente que me chama de ingênua, mas acredito em tudo que o Uma Verdade Inconveniente diz. E quando você fala do De volta Para o Futuro, com as máquinas auto limpantes, tem razão… A gente gasta os recursos de um lado pra tentar desfazer os erros que gastaram outros recursos.

    Um abraço!

  • Puxa. Gostei muito. É isso mesmo. Ao ouvir tanto o não deixe de sonhar, esquecemos a contra parte.
    É como se apesar de tudo, ainda esperássemos o progresso.

  • Eu adoro a trilogia "De Volta para o Futuro"… é a maior prova de que é possível fazer a continuação de um filme muito bacana de forma muito bacana simplesmente extrapolando os conceitos apresentados no filme original.

    Curiosamente, as sequências de Matrix não foram tão felizes assim no quesito extrapolação dos conceitos apresentados no original… mas certamente serviu para saciar a vontade dos que queriam ver desdobramentos da história inicial, e deu um fecho satisfatório à saga de Neo, Morpheus, Trinity, humanos livres e a Matrix.

  • @Fernando, também gosto muito da trilogia De Volta para o Futuro. É um enredo muito bem feito, que praticamente não tem falhas de continuidade, além de ser muito divertida.

    Matrix eu acho que basta o primeiro. O segundo e o terceiro valem mais pelos efeitos especiais.

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